quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A "Era de prosperidade" nos EUA

Como referido na entrada abaixo, o desenvolvimento dos EUA entre 1923 e 1929 originou uma prodigiosa expansão do capitalismo e criou um clima de optimismo e confiança a que se designou por "era de prosperidade".
Verificou-se um alargamento do mercado interno e externo: a expansão do crédito e da Bolsa, e o crescimento industria. Este último, foi consequente dos novos métodos de produção e de organização do trabalho - o taylorismo e o fordismo - que possibilitaram este crescimento económico acelerado. O taylorismo defendia a racionalização do trabalho, assente no princípio do trabalho em cadeia em que cada operário desempenha apenas uma tarefa. O fordismo, baseado no taylorismo, idealizava o sistema de produção em série ou em massa através de uma uniformização de modelos (estandardização). Além disto, foi praticada uma política de altos salários, que favam prazer de trabalhar, de modo a garantir o poder de compra necessário ao escoamento da produção, estimulado pelos sistemas de venda a crédito e da publicidade.







O dinamismo desta expansão criou na opinião pública americana o mito de uma prosperidade permanente, onde foi criado o "estilo de vida americano" (the american way of life"), que tinha acesso a quaisquer bens (automóveis, rádio, televisão, etc.). Porém, a "era de prosperidade" também teria os seus pontos fracos.

A difícil reconstrução económica da Europa

Com o fim da guerra, a economia europeia entrou num período de grande instabilidade, e a reconstrução e reconversão económicas dos países europeus foi difícil, gerando o endividamento externo e interno e a desvalorização monetária, bem como graves crises inflaccionistas. Com as perdas humanas e a destruição da cultura e da indústria, a Europa foi ainda obrigada a fazer empréstimos e a importar dos EUA. Os países que mais sofreram com isto foram os vencidos, principalmente a Alemanha, que tinham ainda de pagar elevadas indemnizações de guerra.
Mesmo os Estados cujo território não fora destruído sentiram dificuldades devidas à desorganização do comércio internacional, pois antes era a Europa que mantinha este comércio, mas com a perda das mercados internacionais, o Japão e os EUA passaram a ter o controlo. Apesar de tudo, mesmo estes últimos sentiram o esforço quando se verificou a crise de 1920-21 provocada pela acumulação de stocks, falências, deflação e desemprego. Isto por havia um excesso de produção que não era escoado, já que os países não tinham dinheiro para importar tanto. Só a estabilização da moeda e a resolução das crises inflaccionistas saneou a vida financeira dos vários países.


A partir de 1923, porém, verificou-se um crescimento e desenvolvimento económicos nos EUA nos moldes do capitalismo liberal: exploração de novas matérias-prima como a electricidade e o petróleo, aperfeiçoamento do processo produtivo (estandardização, taylorismo e fordismo), exploração de novos ramos industriais e relançamento da agricultura, bem como o fomento do consumo em massa pela venda a crédito (que originava mais consumo e, como consequência, mais lucro) e da publicidade.
Chamou-se a este crescente desenvolvimento, a "era da prosperidade" nos EUA, que os tornou os grandes credores e fornecedores da Europa, acentuando a sua dependência em relação aos primeiros.

Um novo equilíbrio global - Geografia política após a 1ª Guerra

A Europa do Pós-Guerra

A Europa saída da 1ª Guerra Mundial era politicamente muito diversificada da de 1914, especialmente devido ao desmoronamento de várias monarquias militaristas.
Foi necessário, porém, restabelecer a paz, e como tal assinou-se um tratado - Tratado de Versalhes - em 1919, onde ficou patente a vitória das democracias. Contudo, os países vencidos não estiveram presentes durante a assinatura de tal tratado, nomeadamente a Alemanha, que foi gravemente prejudicada, tendo perdido 1/3 do seu território e as suas colónias, 1/10 da população, bem como a sua frota marítima, minas de carvão e artilharia pesada do exército.
Assim, as cláusulas dos tratados de paz obrigaram a dissolução dos impérios autocráticos e ditatorias, dando lugar a formas políticas mais democráticas, na sua maioria repúblicas assentes no sufrágio universal e na democracia representativa. O direito dos povos à auto-determinação abriu caminho à formação de novos estados (Estados-nação), antes "sob a asa" de certos impérios.
Apesar disto, ainda haviam algumas dificuldades internacionais que os tratados não conseguiram resolver, como a não aceitação das fronteiras estabelecidas pela parte dalguns Estados, a negação da independência a outros povos devido ao facto de haver relutância em abdicar de parte dalgum território, e a axarcebação dos nacionalismos (povos que forçaram a sua cultura nos outros).



Sociedade das Nações


Em Abril de 1929 foi criada a Sociedade das Nações - SDN -, organização mundial com a responsabilidade de manter a paz e segurança dos Estados e fomentar a cooperação financeira, económica e social entre os Estados membros. Surgiu com base na idea do Presidente Wilson dos EUA de criar um mundo onde a segurança permitisse o desenvolvimento da democracia. Porém, nem os EUA nem os países vencidos aderiram a esta organização, pelo que a SDN não conseguiu evitar novos conflitos.